MS terá R$ 14 milhões em três novos aparelhos de radioterapia

MS terá R$ 14 milhões em três novos aparelhos de radioterapia

Três novos aparelhos avaliados juntos em cerca de R$ 14 milhões, vão reforçar o tratamento de câncer na rede pública de Mato Grosso do Sul. Eles servirão para fazer sessões de radioterapia que ajudam a matar as células doentes e reduzir tumores. O destino do mais caro será o Hospital de Câncer Alfredo Abrão, instituição privada conveniada com o poder público que afirma fazer 98% de seus atendimentos pelo SUS (Sistema Único de Saúde) atualmente.

Os outros 2% são de pacientes da rede particular. Ele custará R$ 9,1 milhões, sendo que 88% do valor serão pagos com recursos do Ministério da Saúde e os 12% restantes deverão ser depositados pela istração do hospital como contrapartida. A máquina é um acelerador nuclear fabricado na Inglaterra.

Em comparação a opções mais antigas, ele terá a capacidade de reduzir o número de sessões que o paciente necessita por emitir a radiação com mais foco. “O modelo a ser adquirido segue os padrões mais avançados atualmente disponíveis no mercado. Entre seus benefícios, destaca-se a maior precisão e qualidade nos tratamentos, o que permite a redução do número de sessões por paciente e, consequentemente, o aumento estimado de até 50% na capacidade de atendimentos em comparação ao equipamento atual”, descreve o hospital.

A instituição recebeu a doação de 19 mil produtos diversos apreendidos pela Receita Federal e fez com eles um bazar, na sexta-feira ada (6), para inteirar o valor que lhe cabe. Foram conseguidos R$ 345 mil, segundo informou a assessoria de imprensa. Somando o arrecadado ao que a instituição já havia conseguido vendendo cabelos humanos, também doados pela Receita, está faltando cerca de R$ 165 mil para completar a transação.

O aparelho só poderá começar a ser fabricado quando o Ministério liberar sua parte do valor, o que está previsto para ocorrer ainda neste mês de junho, de acordo com o Hospital de Câncer. Ele substituirá outro que começou a ser usado em 2018, mas está obsoleto desde 1o de maio deste ano, conforme aviso emitido pelo fabricante ao hospital. Enquanto isso, o Alfredo Abrão diz que a substituição de peças prolonga a vida útil do aparelho “vencido” para que os tratamentos não sejam interrompidos.

O destino do equipamento antigo após a troca é incerto. A decisão será tomada conjuntamente pela Comissão Nacional de Energia Nuclear, ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, e pelo Ministério da Saúde. A assessoria da pasta em Brasília (DF) foi questionada sobre o que será feito e se é possível aproveitar o aparelho em outro centro de saúde, mas não respondeu até o fechamento desta matéria.

Chegando – Os outros dois aparelhos serão instalados no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, também em Campo Grande, e estão avaliados em R$ 4 milhões. Já chegaram ao Brasil e estão no Porto de Santos (SP), segundo informou a Superintendência do Ministério da Saúde em Mato Grosso do Sul. Eles são um acelerador nuclear e um equipamento de braquiterapia acompanhados de uma fonte.

A fabricante é a Varian, empresa da alemã Siemens. Mas o setor da radioterapia do hospital ainda está em construção. Cerca de 70% do cronograma foi concluído, de acordo com atualização feita em maio deste ano pelo Ministério da Saúde.

A obra foi abandonada, gerou briga judicial entre a União e empreiteira, e ficou parada por mais de 10 anos. Foi retomada no fim de 2023 com recursos do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) do Governo Federal. Mais barato – Superintendente da Saúde, Ronaldo de Souza Costa explicou que os aparelhos comprados pelo Ministério da Saúde saem mais barato quando são adquiridos pelo convênio do Persus (Plano de Expansão da Radioterapia), que contempla o Brasil todo e permite compras diretas.

É o caso dos que estão no Porto de Santos. Ele defende que as compras de equipamentos de ponta priorizem hospitais istrados pelo poder público, que atendem 100% pelo SUS, como o Hospital Regional. “Já possuem uma linha de cuidado, com especialistas e equipamentos, uma estrutura completa para atender pacientes e oferecer o tratamento mais abrangente, sem necessidade de se deslocarem e fazer cada etapa num local diferente”, diz.

Sobre o quadro de profissionais da saúde que vai garantir a abertura do setor de radioterapia e a operação de aparelhos, a assessoria de imprensa do Hospital Regional informou que “aguarda definições junto ao Ministério da Saúde acerca da atualização sobre o cronograma da obra da unidade de radioterapia, cuja execução é de responsabilidade da União” para se movimentar, e ressalta que “o cronograma já ou por diversas alterações desde o início das intervenções”. O hospital acrescentou que deu início a um estudo técnico preliminar “voltado à definição do modelo de gestão e da operacionalização do serviço”. Três Lagoas – Além de Campo Grande, a radioterapia está disponível no Hospital Universitário de Dourados, mas ainda não em Três Lagoas.

Os três fazem parte de macrorregiões de saúde definidas pela SES (Secretaria Estadual de Saúde) e são referência para atender pacientes de municípios próximos a cada um. Ex-secretário estadual de Saúde do Estado e hoje deputado federal, Geraldo Resende falou à reportagem que articulou com o Ministério da Saúde a compra do acelerador para o Hospital de Câncer e que faz o mesmo para suprir a carência em Três Lagoas, que deverá ganhar um equipamento dessa linha no Hospital Nossa Senhora Auxiliadora. A unidade do interior é outra que faz parte da rede conveniada com o poder público e atende, paralelamente, pacientes de planos de saúde.

Em nota, a SES confirmou que existe um plano inicial em andamento para criar um centro de oncologia no Hospital Nossa Senhora Auxiliadora com 1,3 mil m2 e que ele contempla a instalação de um acelerador linear, além de outros ambientes voltados ao tratamento de câncer. Três Lagoas, no entanto, possui o Hospital Regional Maria Egide Thomé, construído pelo Governo Estadual para atender exclusivamente pacientes do SUS. Questionada sobre por que o investimento não vai priorizá-lo, a pasta justificou que “a unidade não conta com a especialidade de oncologia em sua estrutura atual”.

O Nossa Senhora Auxiliadora tem. Estrutura atual – Além do Hospital de Câncer de Campo Grande e do Hospital Universitário de Dourados, oferece radioterapia pelo SUS o Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian, na Capital. Centralizadas em só duas cidades, as opções são insuficientes para atender a demanda.

O Campo Grande News questionou a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) quantos moradores da Capital e do interior tratam câncer na rede pública atualmente, mas não recebeu retorno. Estimativa do Inca (Instituto Nacional do Câncer) aponta que Campo Grande terá 3.310 novos casos de câncer até o fim deste ano. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats.

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Adriano Monezi

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